Sei que era rota de pássaros.
Iam e vinham a destinos que eu nunca soube.
Araras eram barulhentas, mas sérias e focadas,
Não se entretiam com os pertences do chão,
Seguiam viagem sem curiosidades maiores.
Parecidos eram os tucanos.
Já papagaios, maritacas e periquitos tinham um quê de menino traquina,
Faziam escalas certeiras nos quintais alheios,
Como se donos fossem.
Ali não existem raias geográficas.
Empoleiravam nas goiabeiras se demorando horas cavando os frutos,
Indiferentes, dividiam o banquete conosco.
Seus dialetos eram incompreensíveis tais quais os bugres guaranis.
Os quintais tinham foros de latifúndio.
Dispunham de mangas, jacas, mamão, laranja, caqui...
Verdadeira quitanda.
Os céus de Bataguassu tinham as cores do Pantanal
Às vezes as nuvens desciam,
Eram pássaros pousando nas fruteiras
Muitos... muitos...
Vida sossegada,
Os bichos talvez vissem-nos bichos.
Esse, o desenho dos céus de Bataguassu,
Essa, a rotina dos meninos com as vidas que viajavam por ali.
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