Reuni
nessa postagem uma coletânea de fotografias com o título ANTIGA
PREFEITURA DE BATAGUASSU/MS - RECORTES DE TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS.
São registros que encontrei em algumas páginas de Facebook, sites e afins. As duas últimas são minhas. Para algumas pessoas esses
momentos congelados nas velhas Kodak's nada significam. Mas engana-se
quem assim pensa. São lembranças da construção de um município.
Close da fotografia acima. Reconheço, aqui, Akira Otsubo, Francisco Pelegrine, Rubens Rodrigues Felipe e Joaquim Lara P. P. Filho. |
O que era Bataguassu à época? Uma moça de 30 anos (nessa primeira fotografia). Quando olho as pessoas, reconheço homens e mulheres zelosos em busca da organização do lugar onde moravam. Elas semeavam as boas sementes, esperançando um lugar ainda melhor para acolher seus filhos e netos.
É por isso que a essas pessoas devemos o nosso respeito. Não é favor. É obrigação moral.
É certo que nem todos os que se encaixam nesse status estão nessa fotografia, mas, nesse momento falo exatamente sobre essa imagem.
Costumo
lembrar que precisamos juntar os fragmentos que não estão nos livros e
reescrever a história. Essa iniciativa é de todos, pois cada um se
lembra de algo. O que essa fotografia nos diz? O que comemoravam? Por
que essas pessoas estavam reunidas no Paço Municipal nesse dia? O Paço
Municipal era um lugar de cerimônias, solenidades, civismo, cidadania, aglomeração de carreatas, passeatas...
Era lugar importante. Lugar de autoridades... lugar do povo. Por isso a Prefeitura muitas vezes era um mero pano de fundo para um evento grandioso, como se verá nas últimas fotografias. Desse modo as fotografias falam por si. Na sua gênese temos o prédio da Prefeitura, depois veio o Fórum, depois Biblioteca... por último o imperdoável golpe fatal. É como se quisesse sepultar uma página forte da história. Mas não conseguiram, pois as fotografias e as memórias sobreviveram intactas.
Bataguassu tem pecado muito por não conservar o seu
patrimônio histórico. Dia desses um bataguassuense me disse que se a
gente conservar todas as construções antigas, não sobrará espaço para as
coisas novas - e que um dia também ficarão antigas.
Eu
expliquei-lhe que é ingênuo pensar que eu quero congelar Bataguassu no
tempo. Nada disso. O que sugiro é que se respeitem o patrimônio
imaterial histórico de grande relevância, pois é muito egoísmo negar aos
nossos filhos e netos esse direito. Só nós tivemos o direito de tê-lo
conhecido?
Já
que - inacreditavelmente - destruíram os bens mais significativos (a
casa construída pelo fundador da cidade, a prefeitura, a praça e a
igreja) que mapeemos o que sobrou de mais relevante e criemos políticas
públicas de restauração e manutenção.
Isso
é muito fácil, e qualquer pessoa que trabalha com história e memória,
qualquer pessoa comum e esclarecida sabe o que deve ser mantido (não precisa ter doutorado, mas respeito à história e à memória).
E isso qualquer pessoa de bem possui. O que falta - no momento - é
iniciativa.
Não se trata de baixar um decreto proibindo demolição do
que sobrou, mas baixar um decreto proibindo o que deliberaram como
patrimônio histórico intocável. E isso é algo coletivo: poder executivo,
legislativo e povo. A Câmara proporia e o executivo daria o cheque
mate.
As ações
em prol da defesa do patrimônio histórico são iniciativas urgenciais,
pois o tempo não volta. Precisamos de leis municipais claras sobre isso.
E as escolas devem ser as grandes educadoras para a construção dessa
identidade.
Escola é ambiente de educação, de formação de opinião, de
despertar do espírito crítico. É inconcebível a uma casa de educação deixar passar despercebida a dilapidação do nosso patrimônio.
Eu, na caminhoneta de Jonas Trevizan durante a vitória de Wilson Barbosa Martins |
Panfleto de Marcelo Miranda Soares colado num Fiat. Naquela época Bataguassu não sabia que o referido senhor faria um desgoverno. |
Alguém com a amiseta de Rachid Saldanha Derzi |
Cartaz do candidato eleito Wilson Barbosa Martins, um governador muito respeitado. |
E quando um louco ou uma louca aparecer do nada destruindo tudo, haverá sempre quem se colocará adiante para dizer "alto lá... isso aqui é nosso, é história viva e você não destruirá; está protegido por lei".
Os equivocados e incultos costumam dizer que são loucos os que assim
procedem, mas, pelo contrário, loucos são os despreparados que destroem
tesouros de valor incalculáveis como quem destrói um castelo de areia...
Pense!
OBSERVAÇÃO:
Se você possuir fotografias antigas da velha prefeitura e quiser
colaborar, é só enviar, sem esquecer de mencionar o nome do dono do acervo.