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quinta-feira, 16 de junho de 2016

ANTIGA PREFEITURA DE BATAGUASSU/MS - RECORTES DE TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS

Reuni nessa postagem uma coletânea de fotografias com o título ANTIGA PREFEITURA DE BATAGUASSU/MS - RECORTES DE TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS. São registros que encontrei em algumas páginas de Facebook, sites e afins. As duas últimas são minhas. Para algumas pessoas esses momentos congelados nas velhas Kodak's nada significam. Mas engana-se quem assim pensa. São lembranças da construção de um município.



Close da fotografia acima.  Reconheço, aqui, Akira Otsubo, Francisco Pelegrine, Rubens Rodrigues Felipe e Joaquim Lara P. P. Filho.

 O que era Bataguassu à época? Uma moça de 30 anos (nessa primeira fotografia). Quando olho as pessoas, reconheço homens e mulheres zelosos em busca da organização do lugar onde moravam. Elas semeavam as boas sementes, esperançando um lugar ainda melhor para acolher seus filhos e netos.
É por isso que a essas pessoas devemos o nosso respeito. Não é favor. É obrigação moral. 
É certo que nem todos os que se encaixam nesse status estão nessa fotografia, mas, nesse momento falo exatamente sobre essa imagem.
Close da fotografia acima.  Reconheço, aqui, Alonso Machado de Sousa, Ainton Pinheiro Ferreira, "Valdemar Baixinho", Adifas Cavalcanti, Kimie Kavanami de LIma, Helena Vitiritti Ferreira, Vilma Câmara Martins e Sousa e Antonio Machado de Sousa.

Costumo lembrar que precisamos juntar os fragmentos que não estão nos livros e reescrever a história. Essa iniciativa é de todos, pois cada um se lembra de algo. O que essa fotografia nos diz? O que comemoravam? Por que essas pessoas estavam reunidas no Paço Municipal nesse dia? O Paço Municipal era um lugar de cerimônias, solenidades, civismo, cidadania, aglomeração de carreatas, passeatas... Era lugar importante. Lugar de autoridades... lugar do povo. Por isso a Prefeitura muitas vezes era um mero pano de fundo para um evento grandioso, como se verá nas últimas fotografias. Desse modo as fotografias falam por si. Na sua gênese temos o prédio da Prefeitura, depois veio o Fórum, depois Biblioteca... por último o imperdoável golpe fatal. É como se quisesse sepultar uma página forte da história. Mas não conseguiram, pois as fotografias e as memórias sobreviveram intactas.
Bataguassu tem pecado muito por não conservar o seu patrimônio histórico. Dia desses um bataguassuense me disse que se a gente conservar todas as construções antigas, não sobrará espaço para as coisas novas - e que um dia também ficarão antigas.
Eu expliquei-lhe que é ingênuo pensar que eu quero congelar Bataguassu no tempo. Nada disso. O que sugiro é que se respeitem o patrimônio imaterial histórico de grande relevância, pois é muito egoísmo negar aos nossos filhos e netos esse direito. Só nós tivemos o direito de tê-lo conhecido?
Já que - inacreditavelmente - destruíram os bens mais significativos (a casa construída pelo fundador da cidade, a prefeitura, a praça e a igreja) que mapeemos o que sobrou de mais relevante e criemos políticas públicas de restauração e manutenção.
Isso é muito fácil, e qualquer pessoa que trabalha com história e memória, qualquer pessoa comum e esclarecida sabe o que deve ser mantido (não precisa ter doutorado, mas respeito à história e à memória). E isso qualquer pessoa de bem possui. O que falta - no momento - é iniciativa.
Não se trata de baixar um decreto proibindo demolição do que sobrou, mas baixar um decreto proibindo o que deliberaram como patrimônio histórico intocável. E isso é algo coletivo: poder executivo, legislativo e povo. A Câmara proporia e o executivo daria o cheque mate.


As ações em prol da defesa do patrimônio histórico são iniciativas urgenciais, pois o tempo não volta. Precisamos de leis municipais claras sobre isso. E as escolas devem ser as grandes educadoras para a construção dessa identidade.
 
 Escola é ambiente de educação, de formação de opinião, de despertar do espírito crítico. É inconcebível a uma casa de educação deixar passar despercebida a dilapidação do nosso patrimônio. 

Eu, na caminhoneta de Jonas Trevizan durante a vitória de Wilson Barbosa Martins

Panfleto de Marcelo Miranda Soares colado num Fiat. Naquela época Bataguassu não sabia que o referido senhor faria um desgoverno.

Alguém com a amiseta de Rachid Saldanha Derzi

Cartaz do candidato eleito Wilson Barbosa Martins, um governador muito respeitado.

Essa fotografia, provavelmente de 1987, registra um protesto sobre a situação da educação naquele tempo. Não me lembro o que escrevi no cartaz (segurado por Zezinho), mas a bandeira deixa muito nítido. A pessoa que me ajuda a segurá-la é Toninho, da Polícia Civil. Como sempre, teve polícia na história, mas eles me conheciam e sabiam que eu estava certo, e findava tudo bem.
E quando um louco ou uma louca aparecer do nada destruindo tudo, haverá sempre quem se colocará adiante para dizer "alto lá... isso aqui é nosso, é história viva e você não destruirá; está protegido por lei". Os equivocados e incultos costumam dizer que são loucos os que assim procedem, mas, pelo contrário, loucos são os despreparados que destroem tesouros de valor incalculáveis como quem destrói um castelo de areia... 
Pense!


OBSERVAÇÃO: Se você possuir fotografias antigas da velha prefeitura e quiser colaborar, é só enviar, sem esquecer de mencionar o nome do dono do acervo.

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