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sexta-feira, 17 de junho de 2016

RIOS PARDO E PARANÁ: OBSTÁCULOS ALIADOS

 
Os rios Pardo e Paraná inicialmente consistiram no maior obstáculo enfrentado pelos desbravadores e pioneiros, pois, somado às florestas intransponíveis da Província do Mato Grosso, restava o desafio de vencer suas caudalosas águas. Mas, inegavelmente, foram esses dois majestosos rios que permitiram o escoamento de riquezas oriundas das províncias/estados do Sudeste e Sul. 
Havemos de considerar, também, a influência do Paraguai (país consideravelmente avançado para a época). A própria "Carmelita" (lancha adquirida naquele país para, por Manoel da Costa Lima, para transpor o "Paranazão"), endossa esse raciocínio, pois de lá vinham os motores a vapor que faziam funcionar tudo o que deslizava nas águas de ambos os rios.
Lembro-me, quando ia passar férias com meu cunhado Walter Reigota Ferreira e minha irmã Sueli Freire, na Fazenda "Campo Limpo" (já no lado de Brasilândia), via um barco de tamanho considerável afundado no rio Pardo, já pendendo para os fundos das terras da família Lima (lado de Bataguassu). A embarcação era exatamente a vista na fotografia abaixo, a e ficava logo após uma curva. Toda vez que eu à fazenda, visitava esse ponto, pois considerava-o muito curioso. Só era possível vê-la em época de estiagem longa. Com a inundação de ambos os rios, promovida pela hidrelétrica, com certeza o objeto jamais será visto. Sobre isso penso que as autoridades deveriam promover uma busca e retirá-lo, expondo-o num local conveniente, em Bataguassu. Pesa, ainda, a necessidade de se pesquisar sobre essa embarcação. Quem sabe foi da época da guerra? Quem sabe alguém da família Lima sabe explicar sobre esse barco, pois da propriedade deles também era possível vê-lo.

Deslizando ao longo de seu curso, embarcando, desembarcando, homens e mulheres, brasileiros e estrangeiros se "arranchavam" por terra, criando novas cidades ou se somando às que já existiam. Assim chegava a riqueza, sob forma de diversas raças de muares, caprinos e ovinos, ferramentas, maquinários modernos nacionais e internacionais para funcionar balsas e barcaças, equipamentos de energia elétrica, telefonia e outras formas de progresso, até que surgisse a grande ponte. 
As coisas fluíram lentas inicialmente, mas, com certeza, o grande obstáculo foi ao mesmo tempo o grande aliado na construção de uma região que se desenvolveria num piscar de olhos. Aos rios Pardo e Paraná a nossa eterna gratidão.


Rio Paraná - 1924
 
Aquarela negra de Adrien Taunay,  mostrando uma vista de cachoeira do rio Pardo.


Passagem de gado em 1924 - Porto XV de Novembro - Rio Paraná - Ajudados pelos índios Ofaiés, homens brancos transportam gado.

Porto XV de Novembro - 1924

Balsa no Porto XV de Novembro - ínício da décad de 1960 (vê-se sobre a embarcação o primeiro modelo da "Perua Kombe", um DKW, o primeiro modelo do Fusca e um Jeep Willys. Atrás está uma velha jardineira. Seria a de Peri Martins?



Balsa no Porto XV de Novembro

Acampamento no rio Pardo. Fumaça da queimada ao fundo. Por Florence - Século XIX

Aquarela negra de Taunay, mostrando uma vista da cachoeira do Rio Pardo - Século XIX.




  

REUNIÃO DISCUTE AÇÕES VOLTADAS AO TOMBAMENTO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES



 Por: Bianca Lima / Assecom Prefeitura de Bataguassu
Após as tratativas junto ao Conselho Estadual de Cultura para a obtenção do registro de patrimônio de natureza imaterial voltado a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, representantes da Coordenadoria Municipal de Cultura se reuniram na quinta-feira (9), às 15 horas, na Subprefeitura de Nova Porto XV com membros de diversos segmentos da comunidade do Distrito.
O encontro, segundo a professora Regina Freire, da Coordenadoria Municipal de Cultura, teve como objetivo repassar informações a respeito da proposta do tombamento da festa e discutir ações afirmativas a serem realizadas antes e durante a programação do tradicional evento realizada em agosto, no próprio Distrito. “Precisamos intensificar os preparativos da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que tem uma base cultural e religiosa, sendo esta uma oportunidade para um chamamento que visa envolver efetivamente os diversos segmentos da comunidade a participarem efetivamente da organização da atividade”, disse ela.
Regina diz que a intenção é estimular ações culturais que deverão ser realizadas durante a festividade e promover na ocasião uma mostra ou exposição de registros antigos do referido evento. “A idéia é lembrar os fatos históricos vividos pela comunidade, destacando a formação do grande lago, a relocação dos ribeirinhos na Nova Porto XV, a participação da cantora Helena Meirelles, antiga residente do Porto XV, enfim, promover algo além da festa que remeta a esse contexto histórico que essencialmente se somará aos objetivos conjuntos para a obtenção do tombamento”.
A professora comentou que provavelmente, os pareceristas da gerência de patrimônio da Fundação de Cultura, de Campo Grande, responsáveis pela análise do pedido de registro de patrimônio estarão participando da edição deste ano da festa no dia 15 de agosto para verificar in loco os pontos históricos e tradicionais de Navegantes, marcado pela mobilização dos fieis, além do contexto da festividade religiosa que mobiliza ribeirinhos do município sulmatogrossense (Nova Porto XV/Bataguassu) e paulista (Presidente Epitácio), com a travessia da imagem de Nossa Senhora dos Navegantes e peregrinos pelas águas do rio Paraná.
Ela lembrou que se tombada, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes será reconhecida como patrimônio cultural do Estado, fazendo parte do calendário de festas tradicionais do Estado, além da possibilidade de acesso a apoios financeiros para a realização da festividade.
Durante o encontro, a subprefeita do Distrito de Nova Porto XV, Nilza Miranda, confirmou que este ano, a parte cultural do evento que é desenvolvida pela Prefeitura de Bataguassu terá atrações musicais de 12 a 15 de agosto, além de estrutura de praça de alimentação e entretenimento como em anos anteriores. A programação final ainda está sendo fechada.
Nilza adiantou ainda que a travessia do rio com os andores de Nossa Senhora dos Navegantes e demais Santos será desenvolvida com uma embarcação maior, permitindo a participação de mais fieis da comunidade católica, o que nos últimos dois anos não foi possível devido à seca no Rio Tietê que impediu o barco contratado de passar pela eclusa para realizar a passagem pelo rio.
Com relação à parte religiosa a cargo da comunidade católica, a tradicional novena que antecede o Dia da Santa também está confirmada.
Participaram do encontro, representantes dos pescadores, artesãos, unidades escolares, melhor idade, Ponto de Cultura do Assentamento Montana entre outros. Um novo encontro deve ser realizado nas próximas semanas para fechar as ações.


Por: Bianca Lima / Assecom Prefeitura de Bataguassu