Antes de o Sr. Joaquim Antonio adquiri-la, ela pertencia aos “Lima”. Não sei exatamente a qual dos filhos do Manoel da Costa Lima, embora seja fácil constatar olhando no cartório em Rio Brilhante. Nunca soube o nome original dessa fazenda antes de pertencer a Joaquim Antonio. Outra hora dou uma olhada no baú e escrevo sobre isso.
Na fazenda que pertenceu ao Sr. Joaquim Antonio, às margens da estrada, existe um cemitério onde estão sepultados vários membros da família “Lima”. Creio que o atual proprietário os tenha conservado, pois ao menos o Sr. Joaquim Antonio teve muito respeito àquele lugar.
Não me lembro exatamente dos nomes de todas as fazendas abertas pelos “Lima” nesse tempo. Sei que existiam a “Sobradinho”, do Sr. Walter (tio do Sr. “Ziza”) e “Água Limpa”, do sr. Manoelzinho da Figueira (pai do Sr. “Ziza). Algumas dessas propriedades eram distantes umas das outras. Mas, voltando à Fazenda “Uerê” (a primeira de todas). Ali se instalou Manoel Cecílio de Lima. O local era encruzilhado por picadas, estradas boiadeiras e veredas que interligavam o Sape ao rio Pardo, Três Lagoas e consequentemente ao Porto XV de Novembro e Rio Paraná. O local exato onde surgiria Bataguassu era muito movimentado, embora ainda não estava habitado, pois tudo isso se passou entre 1900 a 1912 (não vamos entrar nessa seara para não nos distanciarmos do assunto).
Tanto na fazenda Uerê quanto nas vizinhanças, a maior dificuldade era a aquisição de determinados produtos de uso diário. Faltava tudo. E foi inspirado nisso que o Sr. Manoel Cecílio de Lima montou um galpão para venda de mercadorias adquiridas em Presidente Prudente. O transporte consistia numa verdadeira odisseia. Nos trechos de terra tudo era transportado em carros-de-boi e malas carregadas por jumentos; no Rio Paraná era transportado numa moderna lancha à vapor, pertencente ao velho Manoel da Costa Lima. Esse meio de transporte (moderníssimo para a época) encheu de patacões os cofres dos “Lima” durante muito tempo. E nesse vai-e-vem surgiu a empresa “Manoel Cecílio e Filhos”, a qual atendia as imediações, inclusive o “Sape”. A cada viagem para compras ia uma comitiva composta pelos filhos homens e a “pionada”, como dizem os matogrossenses. Todos viajavam fortemente armados. Pudera!
Nesse barracão se comprava ferramentas (enxada, foice, facão, martelo etc), mangaio (arreio, sela, cabresto, ferradura, lamparina), produtos de uso pessoal (roupas, calçado, chapéu, perfume, tecidos, “creme Sacy”: era uma graxa de sapato), combustível (querosene, carboreto), remédio (água Inglesa: remédio obrigatório às mulheres, “Laxante Jubol”, vendia até mesmo um remédio chamado “Bi-Urol”, sabonetes “Gessy”- que era um luxo só, “Mitigal”: solução para coceira, “Urodonal: para dores nos joelhos e nas juntas, cansaço intelectual e físico, digestões difíceis e dolorosas – vejam que remédio milagroso!), equipamentos domésticos (panelas de ferro e alumínio batido, ferro a brasa, candeeiro movido a carbureto, torrador de café, talheres, louças, porcelana), enlatados, como Leite Moça, além de fermento Royal, armas e afins.
Muitas mercadorias consistiam em novidades excepcionais. Facas e garfos eram assessórios de luxo. Muitos comiam com as mãos. Todos traziam um canivete muito bem afiado, guardado no cinturão (servia para tudo e mais um pouco). Nesse tempo a Fazenda “Uerê” era referência na localidade. Ponto de parada de boiadeiros e viajantes. Os “Lima” também vendiam cachaça, mas eram enérgicos nesse sentido. O produto só saia para gente de confiança. E sob encomenda (justamente para não dar confusão).
Como se percebe, desde aquela época bebida e direção não combinavam, embora que os meios de locomoção fossem cavalos e jumentos. Mas contam que pelas veredas era comum encontrar carro-de-boi andando a esmo, peões brigando; outros dormindo e cachorros lambendo suas bocas. Tudo isso sob patrocínio da cachaça.
Convém destacar que a telefonia entrou em Bataguassu através dos “Lima” – embora que só entre eles –, pois as fazendas eram distantes umas das outras e a falta de comunicação trazia muitos contratempos. Guiados por postes de “aroeira” os fios cortavam as matas, unindo as propriedades. Houve caso de gente dos “Lima” que morreu e os parentes quase não puderam vir para o velório. Comunicação e transporte era o grande desafio.
A chegada do telefone, além de “encurtar” a distância e matar a saudade, acabou sendo um instrumento de segurança. A qualquer sinal de perigo, bastava dar manivela no aparelho, e pronto! Todos estavam avisados. Com a vantagem de estender o aviso às famílias que não tinham o revolucionário instrumento. A famosa “estrada boiadeira” era muito perigosa. Conhecida originalmente como “Caminho de Santana”, desde mil seiscentos e alguma coisa, essa estrada unia Cuiabá (então capital do “Matto Grosso”) a São Paulo. Por ela escoava o ouro que vinha das minas de Cuiabá. Óbvio que era precária e não tinha o traçado atual. Toda essa região era um formigueiro de veredas. A estrada só foi rasgada em conformidade com as convenções topográficas muito tempo depois – justamente por Manoel da Costa Lima, cujos feitos notáveis estão registrados na história. Este foi um herói de fato. Homem audacioso, de coragem inigualável.
Há incontáveis narrações de emboscadas para assaltar víveres, armas e dinheiro das comitivas que cortavam o velho “Matto Grosso” (tenho uma história inacreditável que me foi contada pelo Sr. Ambrósio, a qual posto em outro momento). Havia a necessidade de estar protegido dos “piratas da mata”. Esse receio fazia com que os “Lima” mais velhos vivessem rodeados de empregados, os quais ganhavam casa, comida e muita fartura. Para coroar o contexto, batizavam os seus filhos desses. Muito psicológico esse comportamento! Por falar nisso, meus pais, José Amaro Freire e Maria José Freire eram compadres do Sr. “Ziza”e dona Madalena. Eles batizaram Regina Freire, minha irmã, embora o compadrio não se dera por via do “empregadio”. Foi por amizade natural fluída nas redondezas.
Na realidade, meu pai era muito amigo do “Sr. Manoelzinho da Figueira” (pai do Sr. “Ziza”). Lembro-me de uma vez que fomos num baile na Fazenda “Água Limpa”, de sua propriedade. Meu pai colocou todos nós (menos Ademir, Paulinho e Ricardo, os quais ainda não haviam nascido) na carroceria do seu caminhão movido à manivela e lá foi a sua prole. Lembro-me que chegamos ainda à tardinha, quando os empregados estavam começando a assar o churrasco.
Recordo-me que um casal de empregados estava terminando de tirar uma tachada de doce de leite do fogo. O homem rapava o tacho com umas gigantescas colheres de pau e despejava o doce quente e pastoso sobre uma mesa fornida e grande. A mulher espalhava e outro homem cortava os pedaços. Logo outro tacho estava cheio de ‘rapadurinhas’ de leite. Nunca vi doce mais suculento e em quantidade tão grande. A iguaria formava uma casca e dentro era mais mole. O leite daquela época não tinha a química de hoje, oriunda dos produtos que o gado come ou que lhe é injetado. Foi um baile regado a churrasco, café, mandioca, arroz e... como não poderia ser diferente, muito doce de leite.
Não me lembro com detalhes, pois à época eu tinha seis anos, mas havia bebida (não sei se era tubaína ou algum suco preparado por eles). Também havia cachaça, mas era tudo familiar que dava gosto. A fartura era grande! Recordo-me que a esposa do velho “Manoelzinho” entregou para a minha mãe vários queijos e doces de leite, muito bem guardados num pano muito branco, amarrado às pontas (nessa época não existia “Tupperware”). Todo ano ele convidava meus pais para essa festa, até ter morrido e a tradição acabado.
Também me lembro de outro detalhe: eu nunca gostei de barulho. Fui o único dos meninos que adormeceu já no colo da minha mãe, a qual me levou para o caminhão. O pai levava acolchoado e cobertor na carroceria. No meio da madrugada, acordei com medo da escuridão e comecei a chorar, olhando o povo saracoteando os quartos, dançando xamamé, guarânia e vaneirão. Eu gritava desesperado, até que a mãe apareceu e tudo foi resolvido. Lembro-me também de muitas idas com o meu pai à sede da fazenda “Água Limpa” durante o dia, onde ele tinha compromissos com o velho “Manoelzinho”. Ali tomávamos banho naquele rio caudaloso que fica próximo à sede. Isso se deu no início dos anos 1970.
Mas, encerrando e voltando bem mais no passado... Em 1939 apareceu no “Sape” o Sr. Isaac Lopes Cardoso com a sua família, tornando-se um dos grandes fregueses da Fazenda Uerê. Depois findou montando ali um armazém para atender as imediações (mas isso também é outra história). O tempo foi passando e os “Lima” foram se estabelecendo em outros municípios como Presidente Epitácio e Presidente Prudente. Até hoje os netos, bisnetos e tataranetos do grande sertanista Manoel da Costa Lima vivem no local.
Em Bataguassu creio que ainda resida o Senhor “Ziza” e alguns filhos. Os “Lima” que eu conheci são pessoas de comportamento polido e não dado a muitos envolvimentos nas “badalações bataguassuenses”. Os casamentos protagonizados pela família Lima ficaram na história. Eram portentosos. Fomos convidados para todos eles.
Alguns detalhes dessa história me foram contados pelo Sr.Walter Lima, tio do Sr. “Ziza”, Ambrósio Lemes Galvão e Domício de Aragão Bulcão. Sobre o Sr. Walter, eu conversava muito com ele na biblioteca. Não sei se ele ainda é vivo. Tenho guardado os velhos e amarelecidos papéis com tais anotações. Há 11 meses estive em Bataguassu. Minha mãe contou que ele me procurou no início da década de 1990. Queria doar-me algumas velharias, certamente por saber do meu apego às coisas da História, mas soube que eu tinha viajado para o Nordeste. Não sei exatamente o que era, mas passou...
Tudo passa...
Na fazenda que pertenceu ao Sr. Joaquim Antonio, às margens da estrada, existe um cemitério onde estão sepultados vários membros da família “Lima”. Creio que o atual proprietário os tenha conservado, pois ao menos o Sr. Joaquim Antonio teve muito respeito àquele lugar.
Não me lembro exatamente dos nomes de todas as fazendas abertas pelos “Lima” nesse tempo. Sei que existiam a “Sobradinho”, do Sr. Walter (tio do Sr. “Ziza”) e “Água Limpa”, do sr. Manoelzinho da Figueira (pai do Sr. “Ziza). Algumas dessas propriedades eram distantes umas das outras. Mas, voltando à Fazenda “Uerê” (a primeira de todas). Ali se instalou Manoel Cecílio de Lima. O local era encruzilhado por picadas, estradas boiadeiras e veredas que interligavam o Sape ao rio Pardo, Três Lagoas e consequentemente ao Porto XV de Novembro e Rio Paraná. O local exato onde surgiria Bataguassu era muito movimentado, embora ainda não estava habitado, pois tudo isso se passou entre 1900 a 1912 (não vamos entrar nessa seara para não nos distanciarmos do assunto).
Tanto na fazenda Uerê quanto nas vizinhanças, a maior dificuldade era a aquisição de determinados produtos de uso diário. Faltava tudo. E foi inspirado nisso que o Sr. Manoel Cecílio de Lima montou um galpão para venda de mercadorias adquiridas em Presidente Prudente. O transporte consistia numa verdadeira odisseia. Nos trechos de terra tudo era transportado em carros-de-boi e malas carregadas por jumentos; no Rio Paraná era transportado numa moderna lancha à vapor, pertencente ao velho Manoel da Costa Lima. Esse meio de transporte (moderníssimo para a época) encheu de patacões os cofres dos “Lima” durante muito tempo. E nesse vai-e-vem surgiu a empresa “Manoel Cecílio e Filhos”, a qual atendia as imediações, inclusive o “Sape”. A cada viagem para compras ia uma comitiva composta pelos filhos homens e a “pionada”, como dizem os matogrossenses. Todos viajavam fortemente armados. Pudera!
Nesse barracão se comprava ferramentas (enxada, foice, facão, martelo etc), mangaio (arreio, sela, cabresto, ferradura, lamparina), produtos de uso pessoal (roupas, calçado, chapéu, perfume, tecidos, “creme Sacy”: era uma graxa de sapato), combustível (querosene, carboreto), remédio (água Inglesa: remédio obrigatório às mulheres, “Laxante Jubol”, vendia até mesmo um remédio chamado “Bi-Urol”, sabonetes “Gessy”- que era um luxo só, “Mitigal”: solução para coceira, “Urodonal: para dores nos joelhos e nas juntas, cansaço intelectual e físico, digestões difíceis e dolorosas – vejam que remédio milagroso!), equipamentos domésticos (panelas de ferro e alumínio batido, ferro a brasa, candeeiro movido a carbureto, torrador de café, talheres, louças, porcelana), enlatados, como Leite Moça, além de fermento Royal, armas e afins.
Muitas mercadorias consistiam em novidades excepcionais. Facas e garfos eram assessórios de luxo. Muitos comiam com as mãos. Todos traziam um canivete muito bem afiado, guardado no cinturão (servia para tudo e mais um pouco). Nesse tempo a Fazenda “Uerê” era referência na localidade. Ponto de parada de boiadeiros e viajantes. Os “Lima” também vendiam cachaça, mas eram enérgicos nesse sentido. O produto só saia para gente de confiança. E sob encomenda (justamente para não dar confusão).
Como se percebe, desde aquela época bebida e direção não combinavam, embora que os meios de locomoção fossem cavalos e jumentos. Mas contam que pelas veredas era comum encontrar carro-de-boi andando a esmo, peões brigando; outros dormindo e cachorros lambendo suas bocas. Tudo isso sob patrocínio da cachaça.
Convém destacar que a telefonia entrou em Bataguassu através dos “Lima” – embora que só entre eles –, pois as fazendas eram distantes umas das outras e a falta de comunicação trazia muitos contratempos. Guiados por postes de “aroeira” os fios cortavam as matas, unindo as propriedades. Houve caso de gente dos “Lima” que morreu e os parentes quase não puderam vir para o velório. Comunicação e transporte era o grande desafio.
A chegada do telefone, além de “encurtar” a distância e matar a saudade, acabou sendo um instrumento de segurança. A qualquer sinal de perigo, bastava dar manivela no aparelho, e pronto! Todos estavam avisados. Com a vantagem de estender o aviso às famílias que não tinham o revolucionário instrumento. A famosa “estrada boiadeira” era muito perigosa. Conhecida originalmente como “Caminho de Santana”, desde mil seiscentos e alguma coisa, essa estrada unia Cuiabá (então capital do “Matto Grosso”) a São Paulo. Por ela escoava o ouro que vinha das minas de Cuiabá. Óbvio que era precária e não tinha o traçado atual. Toda essa região era um formigueiro de veredas. A estrada só foi rasgada em conformidade com as convenções topográficas muito tempo depois – justamente por Manoel da Costa Lima, cujos feitos notáveis estão registrados na história. Este foi um herói de fato. Homem audacioso, de coragem inigualável.
Há incontáveis narrações de emboscadas para assaltar víveres, armas e dinheiro das comitivas que cortavam o velho “Matto Grosso” (tenho uma história inacreditável que me foi contada pelo Sr. Ambrósio, a qual posto em outro momento). Havia a necessidade de estar protegido dos “piratas da mata”. Esse receio fazia com que os “Lima” mais velhos vivessem rodeados de empregados, os quais ganhavam casa, comida e muita fartura. Para coroar o contexto, batizavam os seus filhos desses. Muito psicológico esse comportamento! Por falar nisso, meus pais, José Amaro Freire e Maria José Freire eram compadres do Sr. “Ziza”e dona Madalena. Eles batizaram Regina Freire, minha irmã, embora o compadrio não se dera por via do “empregadio”. Foi por amizade natural fluída nas redondezas.
Na realidade, meu pai era muito amigo do “Sr. Manoelzinho da Figueira” (pai do Sr. “Ziza”). Lembro-me de uma vez que fomos num baile na Fazenda “Água Limpa”, de sua propriedade. Meu pai colocou todos nós (menos Ademir, Paulinho e Ricardo, os quais ainda não haviam nascido) na carroceria do seu caminhão movido à manivela e lá foi a sua prole. Lembro-me que chegamos ainda à tardinha, quando os empregados estavam começando a assar o churrasco.
Recordo-me que um casal de empregados estava terminando de tirar uma tachada de doce de leite do fogo. O homem rapava o tacho com umas gigantescas colheres de pau e despejava o doce quente e pastoso sobre uma mesa fornida e grande. A mulher espalhava e outro homem cortava os pedaços. Logo outro tacho estava cheio de ‘rapadurinhas’ de leite. Nunca vi doce mais suculento e em quantidade tão grande. A iguaria formava uma casca e dentro era mais mole. O leite daquela época não tinha a química de hoje, oriunda dos produtos que o gado come ou que lhe é injetado. Foi um baile regado a churrasco, café, mandioca, arroz e... como não poderia ser diferente, muito doce de leite.
Não me lembro com detalhes, pois à época eu tinha seis anos, mas havia bebida (não sei se era tubaína ou algum suco preparado por eles). Também havia cachaça, mas era tudo familiar que dava gosto. A fartura era grande! Recordo-me que a esposa do velho “Manoelzinho” entregou para a minha mãe vários queijos e doces de leite, muito bem guardados num pano muito branco, amarrado às pontas (nessa época não existia “Tupperware”). Todo ano ele convidava meus pais para essa festa, até ter morrido e a tradição acabado.
Também me lembro de outro detalhe: eu nunca gostei de barulho. Fui o único dos meninos que adormeceu já no colo da minha mãe, a qual me levou para o caminhão. O pai levava acolchoado e cobertor na carroceria. No meio da madrugada, acordei com medo da escuridão e comecei a chorar, olhando o povo saracoteando os quartos, dançando xamamé, guarânia e vaneirão. Eu gritava desesperado, até que a mãe apareceu e tudo foi resolvido. Lembro-me também de muitas idas com o meu pai à sede da fazenda “Água Limpa” durante o dia, onde ele tinha compromissos com o velho “Manoelzinho”. Ali tomávamos banho naquele rio caudaloso que fica próximo à sede. Isso se deu no início dos anos 1970.
Mas, encerrando e voltando bem mais no passado... Em 1939 apareceu no “Sape” o Sr. Isaac Lopes Cardoso com a sua família, tornando-se um dos grandes fregueses da Fazenda Uerê. Depois findou montando ali um armazém para atender as imediações (mas isso também é outra história). O tempo foi passando e os “Lima” foram se estabelecendo em outros municípios como Presidente Epitácio e Presidente Prudente. Até hoje os netos, bisnetos e tataranetos do grande sertanista Manoel da Costa Lima vivem no local.
Em Bataguassu creio que ainda resida o Senhor “Ziza” e alguns filhos. Os “Lima” que eu conheci são pessoas de comportamento polido e não dado a muitos envolvimentos nas “badalações bataguassuenses”. Os casamentos protagonizados pela família Lima ficaram na história. Eram portentosos. Fomos convidados para todos eles.
Alguns detalhes dessa história me foram contados pelo Sr.Walter Lima, tio do Sr. “Ziza”, Ambrósio Lemes Galvão e Domício de Aragão Bulcão. Sobre o Sr. Walter, eu conversava muito com ele na biblioteca. Não sei se ele ainda é vivo. Tenho guardado os velhos e amarelecidos papéis com tais anotações. Há 11 meses estive em Bataguassu. Minha mãe contou que ele me procurou no início da década de 1990. Queria doar-me algumas velharias, certamente por saber do meu apego às coisas da História, mas soube que eu tinha viajado para o Nordeste. Não sei exatamente o que era, mas passou...
Tudo passa...
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